Quer investir? Entenda a rentabilidade da Previdência Privada
26/03/2020 | Previdência | Nenhum comentário

A rentabilidade é sempre um fator decisivo na contratação de qualquer investimento. Ao analisar a da Previdência Privada e compará-la com a da Caderneta de Poupança, por exemplo, fica claro porque cada vez mais brasileiros estão priorizando a primeira em detrimento da segunda. Tradicionalmente mais popular, a Poupança perdeu força nos últimos anos devido às reduções da taxa que define os juros de seu rendimento, a Selic. Além de baixo, seu retorno é estabelecido e inalterável.
A Previdência Privada, por outro lado, dispõe de diversos tipos de planos com diferentes rendimentos – cabe ao investidor encontrar aquele que melhor se adequa ao seu perfil para obter mais lucros e ter uma aposentadoria financeiramente tranquila. Essa rentabilidade da Previdência Privada, por sinal, depende de uma série de fatores: o principal deles é planejar-se para manter o dinheiro aplicado por um bom período. Mas não é o único.
Como calcular a rentabilidade da Previdência Privada?
O dinheiro aplicado em um plano de Previdência
Privada geralmente vai para um fundo de
investimentos, onde é gerido para que renda melhor pela instituição financeira
escolhida pelo investidor. Só que esses fundos variam muito em estratégia:
enquanto uns são mais conservadores e trabalham só com renda fixa, outros mais
arrojados investem até 70% do patrimônio em renda variável. Quanto mais
positivo for o cenário econômico, mais eles rendem.
Ou seja: esses fundos também sofrem com as oscilações do mercado financeiro. É
na hora de contratar o plano que o investidor irá escolher, de acordo com seu
próprio perfil, em que tipo de fundo o dinheiro da previdência será aplicado.
Investimentos em renda fixa oferecem segurança com rendimentos estáveis e
reduzidos enquanto a renda variável apresenta mais riscos e a chance de obter
maiores lucros. De qualquer forma, uma coisa é certa: quanto mais tempo o
dinheiro ficar aplicado, maiores as chances de um bom rendimento.
Ainda que de maneira geral a Previdência Privada seja uma das aplicações mais
seguras, a balança risco/lucro também vale para as estratégias dos fundos onde
o recurso é aplicado. Mas a valorização mensal do fundo não é a única maneira
de ajudar o dinheiro a acumular: ao contratar um plano, o investidor decide se
realizará novos aportes de forma obrigatória, mensalmente ou livremente.
O que influencia na rentabilidade da previdência privada
Como já explicamos, a rentabilidade da Previdência Privada depende do desempenho do fundo onde o dinheiro é aplicado, de novas contribuições por parte do beneficiário e de uma gestão eficiente por parte da instituição financeira – mas não só destes fatores. A maneira como o Imposto de Renda será incidido, as diferentes taxas que cada instituição financeira exige, o tipo de plano de previdência escolhido e a própria forma de resgatar o dinheiro são outros quesitos que influenciam na rentabilidade da Previdência Privada.
Confira abaixo:
🡪 O cálculo de abatimento do Imposto de Renda sobre a Previdência Privada depende, resumidamente, das escolhas do investidor quanto ao tipo de plano (PGBL ou VGBL) e o modo de resgate do dinheiro após o período estabelecido em contrato.
Duas opções de plano:
Plano Gerador de Benefício Livre – PGBL 🡪 Permite abater as contribuições mensais na declaração do IR (máximo de 12% da renda bruta) e, na hora do resgate, o IR incide sobre todo o valor acumulado ao longo do tempo;
Vida Gerador de Benefício Livre – VGBL 🡪 Não permite abater as contribuições na declaração do IR e, na hora do resgate, o IR incide somente sobre os lucros que foram acumulados ao longo do tempo.
Duas opções de regime de cobrança:
Saque total = Regime Regressivo 🡪 Se o beneficiário optar por sacar todo o valor após o tempo concordado,
a alíquota de abatimento diminui à medida que os anos vão passando;
Renda mensal = Regime Progressivo 🡪 Se o beneficiário optar por
receber uma renda mensal após o tempo concordado, a alíquota aumenta de acordo
com o valor da renda que receberá.
As
alíquotas de abatimento de cada regime obedecem as tabelas abaixo:
Tabela Regressiva:
PRAZO DE INVESTIMENTO | ALÍQUOTA IR |
Até 2 anos | 35% |
2 a 4 anos | 30% |
4 a 6 anos | 25% |
6 a 8 anos | 20% |
8 a 10 anos | 15% |
Acima de 10 anos | 10% |
Tabela Progressiva:
R$/MÊS | ALÍQUOTA IR |
Até 1.903,98 | Isento |
De 1.903,99 até 2.826,65 | 7,5% |
De 2.826,66 até 3.751,05 | 15% |
De 3.751,06 até 4.664,68 | 22,5% |
Acima de 4.664,68 | 27,5 |
🡪 As taxas que cada instituição financeira cobra
para gerenciar a Previdência Privada e os fundos onde o dinheiro é aplicado
merecem toda a atenção do investidor. Elas influenciam diretamente na
rentabilidade da Previdência Privada e podem prejudicar uma rentabilidade
aparentemente promissora.
Taxa de Administração: exigida pela
maioria dos planos, costuma variar entre 1% e 6% ao ano;
Taxa de Carregamento: nem sempre
exigida, incide sobre cada nova contribuição que o investidor faz e pode ser de
até 8%;
Taxa de Saída: de cobrança cada vez
mais rara, incide sobre todo o montante acumulado no momento do resgate do
dinheiro.
Como acompanhar a rentabilidade da Previdência Privada
No fim, após serem pesados todos os fatores que listamos nesse texto – taxas, IR, desempenho dos fundos, rendimento bruto, etc. – é que se chega ao que realmente interessa ao investidor: a taxa de juros real da Previdência Privada. Ela é calculada pelo rendimento bruto do plano descontado de todas as taxas e descontos que estão atreladas a ele.
Uma boa forma de medir a rentabilidade da Previdência Privada é acompanhar a média de rentabilidade dos planos de previdência. Caso o seu plano esteja apresentando um juro real de 1% ao ano ou menos, talvez seja hora de transferir seu dinheiro para outra previdência que ofereça 3% ou mais. Essa mudança é plenamente possível devido à lei da portabilidade, garantindo ao investidor o direito de “trocar” de Previdência Privada – contanto que seja de VGBL para VGBL ou PGBL para PGBL.